Depressão: Sofrimento Silencioso, Dor Invisível
Publicado por: Psicóloga Fabiana Frade - Atualizado em 19/07/2025

Você já se sentiu emocionalmente esgotado(a), com um peso difícil de explicar? Já acordou sem vontade de sair da cama, mesmo sabendo que precisa? Talvez tudo ao seu redor esteja “funcionando”… mas, por dentro, você sente que algo está fora do lugar.
Isso pode ser mais do que tristeza. Pode ser depressão. E não, você não está sozinho(a). Este artigo é um convite à compreensão e ao cuidado.
O que é a depressão?
A depressão é um transtorno mental sério que afeta o humor, os pensamentos, a disposição e até mesmo o corpo. Não se trata de “fraqueza” ou “frescura”, como ainda ouvimos por aí, mas de um desequilíbrio complexo com impacto direto na vida de quem sofre. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo e está entre as principais causas de incapacidade.
Sintomas mais comuns da depressão
Nem sempre a depressão aparece como uma tristeza profunda e constante. Ela pode se disfarçar em outras formas, como:
● Falta de energia e cansaço constante
● Diminuição ou aumento de apetite
● Alterações no sono (insônia ou excesso de sono)
● Perda de interesse em atividades antes prazerosas
● Sentimentos de inutilidade, culpa ou fracasso
● Dificuldade de concentração ou tomada de decisões
● Pensamentos negativos persistentes
● Desejo de desaparecer ou ideias suicidas
Diferença entre tristeza e depressão
É natural se sentir triste em momentos difíceis. A tristeza faz parte da vida.
Porém, enquanto a tristeza vem e vai, geralmente com um motivo claro, a depressão é persistente, sem causa única, e afeta todas as áreas da vida.
Quem está deprimido(a) não consegue “melhorar” apenas com pensamento positivo.
É preciso acolhimento e tratamento adequado.
Causas da depressão: multifatoriais
A depressão não tem uma única causa. É resultado da interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. Veja os mais comuns:
● Histórico familiar de depressão
● Desequilíbrios neuroquímicos (serotonina, dopamina)
● Experiências traumáticas ou perdas importantes
● Estresse crônico
● Relações familiares ou amorosas abusivas
● Falta de sentido existencial e isolamento social
● Problemas hormonais ou de saúde física (como tireoide, dor crônica)
O que acontece no cérebro e no corpo de quem tem depressão
A depressão também se manifesta de forma neurobiológica e fisiológica, não sendo apenas uma questão “emocional”. No cérebro, observa-se um desequilíbrio na produção e recepção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, substâncias essenciais para o bem-estar, motivação e regulação do humor.
Além disso, estudos mostram alterações em áreas cerebrais como o hipocampo (ligado à memória e aprendizagem) e a amígdala (processamento das emoções), que podem estar encolhidas ou hiperativadas em quadros depressivos. Isso impacta diretamente a capacidade de lidar com emoções, processar experiências e tomar decisões.
No corpo, a depressão pode provocar:
● Inflamações sistêmicas que afetam o sistema imunológico
● Aumento do cortisol, o hormônio do estresse, gerando desgaste físico e mental
● Alterações no apetite, sono, libido e ciclo menstrual, em alguns casos
● Sensações corporais difusas como dores musculares, peso no peito, fadiga intensa e dor de cabeça constante
Essa interação entre mente e corpo mostra que a depressão exige uma abordagem que considere o ser humano de forma integral: biológica, psíquica e socialmente.
O papel da psicoterapia no tratamento da depressão
A psicoterapia é um dos recursos mais eficazes no tratamento da depressão. Ela proporciona um espaço seguro para:
● Compreender a origem do sofrimento
● Resgatar o valor pessoal e o autoconhecimento
● Reconstruir autoestima e segurança
● Desenvolver novas formas de lidar com emoções e desafios
● Trabalhar lutos, traumas e crenças limitantes
● Encontrar sentido e propósito na vida
Existem diversas abordagens terapêuticas eficazes no tratamento da depressão. Cada uma possui suas particularidades e formas de atuação, e o mais importante é encontrar aquela com a qual o paciente se identifique. Não existe uma única abordagem melhor: todas são valiosas e podem ser eficazes conforme a necessidade e o momento de quem busca ajuda.
O apoio psiquiátrico e o uso de medicação
Em muitos casos, a combinação entre psicoterapia e medicação é necessária. Os antidepressivos regulam os neurotransmissores e aliviam sintomas mais severos, possibilitando que a pessoa retome forças para se cuidar. Não há vergonha alguma em usar medicamentos quando prescritos por um psiquiatra confiável. Assim como não ignoramos um tratamento para diabetes ou hipertensão, não devemos ignorar a depressão.
Como apoiar alguém com depressão
Se alguém próximo a você está em sofrimento, aqui vão algumas atitudes que fazem diferença:
● Escute sem julgamento
● Evite frases como “anima!”, “isso passa” ou “tem gente pior”
● Incentive a buscar ajuda profissional
● Acompanhe em consultas se possível
● Mostre que está presente, mesmo em silêncio
● Ofereça afeto, mas respeite o tempo da pessoa
A depressão pode isolar, mas o vínculo pode salvar. Sua presença pode ser essencial.
Depressão não tem cara: fique atento aos sinais ocultos
Nem sempre a pessoa com depressão aparenta estar mal.
Algumas seguem produzindo, rindo e até fazendo piadas. É o chamado “depressão sorridente”. Por isso, fique atento(a) a mudanças de comportamento, frases como “queria sumir” ou isolamento crescente.
O cuidado começa na escuta atenta.
Quando procurar ajuda?
● Quando a tristeza ou desânimo não passam
● Quando há prejuízo nas relações, trabalho ou estudos
● Quando surgem pensamentos de desistência da vida
● Quando você sente que “perdeu a si mesmo(a)”
Buscar ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza. É o primeiro passo para resgatar a vida que merece ser vivida.
Você merece cuidado. E não está só.
Não importa há quanto tempo você esteja sentindo esse vazio. Sempre é tempo de pedir ajuda. Seu sofrimento importa. E há caminhos possíveis para recuperar sua saúde mental, sua alegria e sua conexão consigo.
Se você sente que precisa de ajuda para sair desse lugar escuro, agende um horário comigo. A terapia pode ser o primeiro passo para a reconstrução.
Vamos conversar?
Se você se identificou com esse texto, saiba que é possível sair desse ciclo. Com acompanhamento psicológico, acolhimento e autoconhecimento, é possível viver com mais leveza, presença e sentido. Não espere chegar ao limite. Cuidar da mente é um ato de amor e coragem. Fale comigo agora no ícone do whatsapp.
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Importante: Este artigo tem caráter informativo. Para diagnóstico e tratamento adequados, procure um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra. Somente uma avaliação profissional pode indicar o melhor cuidado para sua saúde mental.