Quando a mente não desliga: entenda a ansiedade que te sabota
Publicado por: Psicóloga Fabiana Frade - Atualizado em 18/07/2025

Você já sentiu o coração acelerar sem motivo aparente? Pensamentos que não param? Aquela sensação de que algo ruim vai acontecer, mesmo quando tudo parece estar bem? Isso pode ser ansiedade. E não, você não está sozinho.
A ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo diante de situações de perigo ou desafio. O problema é quando esse alerta não desliga, mesmo sem nenhuma ameaça real. E o que era para ser uma proteção acaba se tornando uma prisão invisível: o corpo sofre, a mente cansa e a vida perde leveza. Em uma sociedade onde o ritmo é acelerado e as exigências são muitas, a ansiedade se tornou uma das principais queixas nos consultórios psicológicos.
O que é a ansiedade?
Ansiedade é uma emoção humana essencial. Ela nos prepara para agir diante de situações novas, perigosas ou desafiadoras. É como um alarme interno que nos impulsiona a correr de um perigo ou estudar para uma prova. No entanto, quando esse alarme toca o tempo todo, mesmo sem ameaça real, ele se transforma em um transtorno. A ansiedade, então, deixa de ser funcional e passa a gerar sofrimento.
Há diferentes tipos de transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobias, transtorno do pânico e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Cada um tem suas particularidades, mas todos têm em comum o sofrimento intenso e a interferência na qualidade de vida.
Sintomas físicos, emocionais e comportamentais
A ansiedade pode se manifestar de diferentes formas:
● Físicos: taquicardia, sudorese, tremores, dor no peito, tensão muscular, tontura, problemas gastrointestinais
● Emocionais: medo constante, sensação de perigo iminente, angústia, irritabilidade, sentimento de impotência
● Comportamentais: evitação de situações sociais, compulsões, necessidade de controle, procrastinação, dependência de segurança externa
É comum que as pessoas passem por diversos médicos antes de chegarem à psicoterapia, pois os sintomas físicos são intensos e muitas vezes confundidos com doenças clínicas.
Causas da ansiedade: múltiplos fatores
A ansiedade tem causas multifatoriais. Em geral, ela é resultado da interação entre genética, ambiente e experiências de vida. Alguns dos principais fatores incluem:
● Predisposição genética e histórico familiar de transtornos emocionais
● Vivências traumáticas, como perdas, abusos ou negligência
● Estilo de criação muito rígido ou superprotetor
● Estresse crônico, excesso de responsabilidades e pressão por resultados
● Ambientes familiares ou profissionais conflituosos
● Baixa autoestima, medo de errar, perfeccionismo e necessidade de agradar
Além disso, o estilo de vida moderno contribui significativamente: excesso de estímulos, conectividade constante, comparações sociais e escassez de tempo para si.
A ansiedade silenciosa: quando ninguém percebe
Muitas pessoas que vivem com ansiedade aprendem a funcionar sob pressão, mascarando os sintomas. São os “funcionantes ansiosos”: acordam cedo, trabalham, sorriem, entregam tudo, mas à noite desabam. Essas pessoas sofrem caladas, muitas vezes se culpando por não conseguirem relaxar.
O sofrimento não é visível, mas é profundo. O silêncio da ansiedade, nesses casos, é ainda mais perigoso, pois a pessoa pode achar que “é assim mesmo” ou que precisa apenas se esforçar mais.
Como a psicoterapia ajuda no tratamento da ansiedade
A psicoterapia é um dos caminhos mais eficazes para tratar a ansiedade. Ela oferece um espaço de escuta, acolhimento e transformação. Com o apoio terapêutico, é possível:
● Identificar padrões de pensamento automáticos e distorcidos
● Reconhecer gatilhos emocionais e situações evitadas
● Trabalhar crenças limitantes e fortalecer a autoestima
● Aprender estratégias de regulação emocional
● Desenvolver repertório interno para enfrentar os desafios do cotidiano
A psicoterapia não elimina a ansiedade da vida, e nem precisa. Ela nos ensina a lidar com ela de forma mais saudável e funcional.
Ansiedade e corpo: a relação entre mente e fisiologia
A mente e o corpo estão em constante diálogo. Quando estamos ansiosos, nosso sistema nervoso simpático é ativado, liberando adrenalina e cortisol. É como se estivéssemos em modo de sobrevivência o tempo todo. Essa ativação constante cobra um preço: cansaço crônico, dores musculares, queda de imunidade, problemas digestivos e insônia.
Por isso, práticas corporais são grandes aliadas no tratamento da ansiedade: exercícios físicos, meditação, yoga, massagens terapêuticas e técnicas de respiração ajudam a desacelerar o corpo e reequilibrar a mente.
Ansiedade nas relações: o impacto nos vínculos afetivos
Pessoas ansiosas muitas vezes sentem necessidade de controle nas relações. Elas podem interpretar o silêncio como rejeição, a demora como desinteresse e a mudança como abandono. Isso gera conflitos, ciúmes, inseguranças e afastamentos. Às vezes, o parceiro ou parceira não compreende o que está por trás dessas reações: medo, vulnerabilidade, feridas antigas.
Na terapia, é possível olhar para essas relações com mais clareza e aprender a se comunicar de forma mais assertiva, afetiva e segura.
Vamos conversar?
Se você se identificou com esse texto, saiba que é possível sair desse ciclo. Com acompanhamento psicológico, acolhimento e autoconhecimento, é possível viver com mais leveza, presença e sentido. Não espere chegar ao limite. Cuidar da mente é um ato de amor e coragem. Fale comigo agora no ícone do whatsapp.
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Importante: Este artigo tem caráter informativo. Para diagnóstico e tratamento adequados, procure um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra. Somente uma avaliação profissional pode indicar o melhor cuidado para sua saúde mental.